quarta-feira, 4 de abril de 2007

Mãe do Vicente

A Raquelhucha está de molho.

O Vicente, bebézouco apressado já anda a dar trabalho à mãe desde os 5 meses de gestação. Está desertinho de vir cá para fora e, a mãe, está em casa há um mês devido às contracções. Escusado será dizer que tamanho descanso beneficia ambos. Com 6 meses, já pesa 1.600 Kg! A Raquelucha é que não acha tanta piada à coisa porque não pode sair do ninho. Ainda há muito para ver, decidir e comprar. Ainda para mais vai mudar de casa. UFA!
Para mim que já sou mãe, é engraçado descobrir-lhe as mesmas dúvidas e ansiedades que eu tinha

Giro também é pensar que de todas as minhas amigas, imaginava ser eu a última a engravidar e, afinal, só a Ratinho é que me passou à frente.

Passados 2 anos e quase meio de ser mãe, ainda não acreditei que o sou e é sempre estranho ver todos os meus amigos, com quem cresci, a serem pais.

O tempo passa a correr. Já todos estamos na casa dos “inta”. Porque é que ele nos foge por entre as mãos?!


Bom, voltando à mãe do Vicente, sim porque agora deixa de ter identidade própria. Ela agora passa a ser a mãe de um bebé. Esse sim, tem direito a nome. Quando lhe telefonarem após o parto vão perguntar “Olá, como está o Vicente?”. Com sorte, no fim da conversa, talvez se lembrem de perguntar “E tu?”. Amigos e familiares, já pais ou não, têm tendência para esquecer que a mãe e o pai também existem e que a vida deu uma volta daquelas. A mãe está podre de cansada do parto, dos pontos do parto, de dar leite, de não ter tempo sequer para tomar banho antes que o pai chegue. O pai, coitado, dele é que ninguém se lembra mesmo. Não tem dores, não tem pontos e não tem de dar de mamar. O problema é que ele sofre de dupla ansiedade: o parto da mãe e o nascimento do filhote. Depois vai trabalhar e a mãe fica em casa sozinha e não pode acompanhar os primeiros dias deste novo ser.

Conheci a Raquel com dez anos e a partir daí não parámos de trocar cartas. O engraçado é que morávamos a não mais que um quilómetro de distância. Na altura não haviam sms, e era muito mais giro escrever uma missiva que telefonar. Nada se comparava com a alegria de descobrir uma carta endereçada à nossa pessoa. Na altura, era coisa de adultos.

Mais tarde juntei-me aos escoteiros dos quais ela já fazia parte. Um sonho que vinha desde a altura em que “Os cinco” eram os meus grandes ídolos. Passei a fazer parte da patrulha leão, a patrulha sénior feminina que disputava os rapazes que compunham a patrulha lobo.

Desde então, somos irmãs de uma vasta família. Uma família que embora afastada, pelo rumo natural da vida, quando reunida, e mesmo que tenham passados meses ou anos sem se ver, recorda as boas e hilariantes memórias das actividades e episódios vividos em कोन्जुन्तो.

Antes de qualquer actividade, eu e a Sanita juntávamo-nos em casa desta jovem. Uma jovem muito esquecida. Ou era o cantil, ou a carteira, o saco cama (nada de essencial) ou até mesmo o B.I. Uma vez, em pleno aeroporto, prontos para rumar para Tenerife, a menina Raquel, que ainda não tinha 18 anos, não tinha autorização para sair do país. Por pouco ficávamos em terra. Depois, depois ainda foi mais engraçado. Perdeu o dito bilhete de identidade numa caminhada em terras de nuestros hermanos. Escusado será dizer que passou um dia inteiro na embaixada para poder voltar a Portugal.

Esta jovem que hoje é uma Sô Directora de alto gabarito não é loira mas é um nadinha distraída! Distraída e refilona, próprio do signo Leão do qual eu também faço parte. Convencer a Rachel a dormir à ponta numa noite passada ao relento, era o mesmo que pedir ao nosso Chefe Armando para nos cumprimentar com um beijo… ou quase! A miúda é muito friorenta e ainda por cima rangia os dentes e dormia de olho semi-aberto tipo zombie. Haja paciência!

Tempos idos, digo eu… o melhor é perguntar ao Zé Pedro. Será que ainda tem dificuldade em dormir à ponta? Se tem… hum… se o Zé dorme numa ponta e a Raquel no meio… quem é que dorme na outra ponta? Por enquanto ninguém, digo eu… mas, deixem o Vicentinho ter dois anos que já vão ver quem é que vai ocupar… não a ponta, não o meio, mas… provavelmente… a cama toda!

Beijinhos ó ranhosita :)

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